O corpo feminino – o que o excita – pode mudar ao longo da tua vida… e até mesmo de uma semana para a outra. A especialista em sexo Alix Fox explica-te como.

Tu não és uma estátua. Não és feita de pedra. O teu corpo é algo maravilhoso, fascinante, complicado, intrigante, que muda, que cresce e que se desenvolve ao longo de toda a tua vida. Como ele se sente e como se comporta depende de milhões de fatores diferentes em constante interação.

Faz então todo o sentido que aquilo que te excita também mude ao longo do tempo. O que te faz sentir bem na cama ou o que te faz atingir um orgasmo pode mudar, até mesmo de um dia para o outro.

É por isso que é importante continuares a experimentar coisas novas, ser consciente de ti mesma, e ver a aprendizagem sobre o teu corpo e sobre o teu prazer sexual como uma viagem de descoberta sem destino final.

Aqui ficam algumas das principais mudanças que podem influenciar e afetar os impulsos e respostas sexuais das mulheres, e que podem ser úteis para que tenhas consciência de que estas podem mudar a forma de uma mulher atingir o orgasmo.

Os ciclos menstruais

Vários estudos sugerem que o apetite sexual das mulheres tende a aumentar antes e durante a ovulação, quando os níveis de estrogénio e da hormona luteinizante atingem os seus picos, por isso podes vir a sentir-te com maior vontade e interesse em ter relações sexuais a meio caminho entre períodos.* Algumas pessoas consideram que existe uma maior probabilidade de atingir o orgasmo nesse período, ou dizem que os seus orgasmos são mais fortes. Podes achar intrigante a ideia de manter um diário onde anotes o que observas todos os dias e que te ajude a entender (e a aproveitar ao máximo!) os teus padrões pessoais.

Depois da ovulação, os níveis de estrogénio começam a ser cada vez menores. O estrogénio tem diversas funções no teu corpo, como ajudar a manter os tecidos vaginais húmidos, por isso, nesta altura podes reparar que estás a produzir menos secreções naturais e que a tua vagina está mais seca. Algumas gotas de lubrificante, como Durex Play Original, podem ajudar a que te sintas mais húmida e a que os movimentos te façam sentir melhor durante o sexo e durante a masturbação.

Quando o teu período está atrasado, o Síndrome Pré-Menstrual pode deixar-te sem vontade de fazer nada, até mesmo quando se trata de algo relacionado com o teu prazer sexual. Mas outras pessoas acham que a forma como a sua zona pélvica e os seus órgãos sexuais incham mesmo antes de se virem faz com que se sintam intensamente excitados: sentem-se mais “preenchidas” e deliciosamente sensíveis até ao toque mais delicado.

Durante a menstruação, ter um orgasmo pode ajudar a aliviar cólicas. Quando atinges o clímax, o corpo produz dois componentes químicos que te fazem sentir bem, a endorfina oxitocina e a dopamina, que são analgésicos naturais. O útero contrai durante o orgasmo, o que também pode ajudar a expulsar o sangue e o revestimento uterino do corpo mais rapidamente, tornando os períodos um pouco mais curtos **. Útil!

Os preservativos Durex ajudam a tornar a brincadeira mais limpa e mais segura enquanto estás com o período: o risco de contrair uma infeção pode ser maior nesta altura, uma vez que o colo do útero está mais exposto, por isso certifica-te que guardas uma caixa de preservativos na tua mesa-de-cabeceira. Sabias que podes usá-los também para cobrir brinquedos sexuais, para além do pénis? Não só ajudam a fazer a limpeza pós sexo mais rápida, como algumas variedades como Durex Intense Orgasmic podem dar ao teu amigo a pilhas favorito um novo e excitante impulso: com estrias, pontos em relevo e revestidos com um gel estimulante para dar sensações de formigueiro, calor ou calafrios – podes colocar um sobre o teu vibrador para uma experiência multissensorial que a vai deixar fascinada!

Stress

A ansiedade pode rapidamente fazer com que sintas mais vontade de te enroscares e esconderes debaixo do teu edredão do que de rebolar debaixo dos lençóis.

Quando estás preocupada e tensa, o teu sistema nervoso liberta um fluxo de hormonas de stress, que incluem a adrenalina e o cortisol, e que são úteis para preparar o teu corpo para a ação de emergência de combate ou de fuga contra o que te preocupa. É um mecanismo de proteção, mas no mundo em que vivemos não é sempre assim tão útil como a Mãe Natureza gostaria que fosse. E pode certamente fazer com que não tenhas apetite sexual: a hormona do stress suprime deliberadamente a produção de hormonas sexuais, porque o corpo pensa que é mais importante lidar com “perigo” do que procriar. Podem também mexer com o teu metabolismo, fazendo com que te sintas lenta e sonolenta.

Além desses efeitos químicos, o stress pode ser uma distração enorme, tornando difícil fazer amor e apreciá-lo, uma vez que a tua mente não deixa o teu corpo relaxar. A tensão mental pode também provocar tensões físicas e musculares, o que pode tornar a penetração dolorosa - aumentando ainda mais a ansiedade.

No entanto, se conseguires ter uma sessão sensual agradável, o sexo pode contribuir para aliviar o stress, fazendo libertar endorfinas que melhoram o teu humor. Tenta fazer uma caminhada ao ar livre com o teu parceiro; assistam a um programa de televisão que vos faça rir; façam uma massagem um ao outro; ou tomem um banho morno, juntos, para relaxar antes de começarem.

Entrar nos 30s

Sabias que pode vir a ser mais fácil teres orgasmos do ponto G depois de entrar nesta era? Quando chegas aos 30 anos, a produção global de estrogênio do teu corpo começa a diminuir, o que tem uma série de efeitos - mas um deles é que as paredes da tua vagina se tornam ligeiramente mais finas. Isto pode tornar a área do ponto G mais exposta, sensível e mais simples de estimular. Afinal, envelhecer, sempre traz benefícios!

Gravidez

Desde que o teu médico te dê aprovação, não há nada de errado com ter relações sexuais enquanto estás grávida. Aquilo que as mulheres sentem durante este tempo de mudanças pode variar muito: enquanto que os vómitos matinais ou as dores são comuns, muitas futuras mães relatam também um grande apetite sexual devido aos picos hormonais, uma vez que o aumento do peito e o aumento do fluxo sanguíneo nos órgãos sexuais pode resultar em sensações mais intensas e sensuais.

Dar à luz

Embora alguns médicos e parteiras aconselhem*** as novas mães a não ter relações sexuais antes do exame pós-parto que se realiza ao fim de seis semanas (revisão do puerpério), não há regras estabelecidas, e o tempo que cada mulher leva a voltar ao normal depende de pessoa para pessoa e de como o seu trabalho de parto correu, se foi um parto normal ou cesariana. Preocupações como dor ou "olhar e sentir-se diferente lá em baixo" são totalmente típicas; Explorares-te calmamente por ti mesma antes de retomares o sexo com o teu parceiro pode ser reconfortante e fazer-te relembrar que "diferente" não é o mesmo que "mau". Os exercícios de Kegel podem fortalecer os músculos vaginais que estejam em tensão e os géis lubrificantes são essenciais.

E lembra-te: a melhor lubrificação é a comunicação! Os homens podem vir a ter medo de te magoar durante o sexo pós-parto. Por isso cabe-te a ti dar-lhe a orientação que ele precisa sobre o que é bom para ti para que ele fique à vontade e saiba como te agradar.

Menopausa

Tabus culturais levam a que ainda continuemos apenas a ouvir coisas negativas sobre a menopausa, desde afrontamentos e insónias, a mudanças de humor. É raro ouvir conversas sobre como “a mudança” afeta o lado sensual da tua vida.

A verdade é que a atividade sexual regular pode ajudar a compensar muitos dos desafios de saúde enfrentados pelas mulheres numa situação de pós-menopausa, aumentando a circulação de sangue nos seus órgãos sexuais, tonificando os músculos da zona pélvica e trabalhando para manter a elasticidade dos tecidos vaginais.

A terapia hormonal, os hidratantes vaginais de longa ação e os lubrificantes podem ajudar a combater problemas como a diminuição da elasticidade natural e a humidade vaginal. E não ter que lidar mais com a inconveniência dos períodos é um benefício óbvio! Certifica-te apenas que usas preservativos como Durex Invisible Extra Lubrificado com o(s) teu(s) parceiro(s), a menos que ambos tenham tido resultado negativo nos testes para doenças sexualmente transmissíveis, mesmo que a gravidez já não seja um risco.

Medicamentos

“*Bullivant SB1, Sellergren SA, Stern K, Spencer NA, Jacob S, Mennella JA, McClintock MK. “Women's sexual experience during the menstrual cycle: identification of the sexual phase by noninvasive measurement of luteinizing hormone.” J Sex Res. 2004 Feb;41(1):82-93.https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15216427

Pillsworth EG1, Haselton MG, Buss DM. “Ovulatory shifts in female sexual desire.” J Sex Res. 2004 Feb;41(1):55-65.https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15216424

**http://abcnews.go.com/Health/Wellness/hidden-health-benefits-sex/story?id=16278890

“Quando uma mulher tem um orgasmo, o seu útero contrai e, durante o processo, liberta o corpo dos componentes que causam cólicas”, explica Meston. Acrescenta ainda que o número crescente de contrações uterinas também pode ajudar a expulsar sangue e tecidos mais rapidamente, ajudando o período a terminar mais rápido. Cindy M. Meston, Ph.D., é diretora do Sexual PsychophysiologyLaboratoryna Universidade do Texas em Austin e co-autorada plublicação“WhyWomenHaveSex”.

http://labs.la.utexas.edu/mestonlab/cindy-meston-ph-d/

***http://www.nhs.uk/Conditions/pregnancy-and-baby/Pages/postnatal-check.aspx

**** “Fómulasnão sujeitas a receita médica para as alergias e constipações, contém anti-histamínicos que secam a mucosa nasal, bem como a tua vagina”, diz AlyssaDweck, obstetra em Westchester, Nova Iorque, e co-autorade”V Is for Vagina”.

https://www.amazon.com/Vagina-Guide-Periods-Piercings-Pleasures/dp/1612430155?tag=cosmopolitan_auto-append-20&ascsubtag=cosmo.article.56619

Antidepressivos:

http://www.mdedge.com/currentpsychiatry/article/64123/depression/how-do-ssris-cause-sexual-dysfunction


ALIX FOX

Alix Fox é uma jornalista premiada, locutora de rádio e educadora sexual. Apresenta o podcast sobre sexo do The Guardian -“Close Encounters”; é conselheira sexual residente no programa de televisão Modern Mann; e é consultora de sexo e relacionamentos na Durex. Podes encontrar artigos da Alix em publicações como Marie Claire, Glamour, Cosmo, LOOK, Time Out, Vogue, The Independent e muito mais, e colabora frequentemente com a Brook, um programa de caridade que trata a saúde sexual. Acredita fervorosamente que as conversas sobre sexo devem ser abertas e honestas e acha que todos deveriam ter acesso a informação fiável que os ajude a tornarem-se pessoas mais livres, saudáveis e sexualmente felizes.

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